A INFORMAÇÃO A SERVIÇO DO CONHECIMENTO

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

VERBOS


VERBOS
CONCEITO
Palavra variável (pessoa, tempo, número e modo) que exprime uma ação, um estado, um fenômeno.
a)A policial prendeu o assassino.
Quem pratica a ação?
A policial. Nesta oração o verbo prender, indica uma açao, praticada pelo sujeito policial.
b) Paula foi atropelada pelo ônibus.
Neste caso Paula sofreu uma ação; o verbo atropelar indica uma sofrida pelo sujeito (Paula)
c) O aluno estava feliz.
O verbo estar indica o estado que o aluno se encontra.
d) No Nordeste quase não chove.
O verbo chover indica um fenômeno da natureza.
Conjugações
Os verbos da língua portuguesa se agrupam em três conjugações, de conformidade com a terminação do infinitivo:
Infinitivo em AR - verbos de primeira conjugação (cantar, amar, procurar, etc.) Infinitivo em ER - verbos de segunda conjugação (correr, bater, ceder, etc.)
Infinitiva em IR - verbos de terceira conjugação (ir, possuir, agir, etc.)
Estrutura do verbo (radical + terminação)
O verbo possui uma base comum de significação que é chamada de RADICAL.
A esse radical se junta, em cada forma verbal, uma TERMINAÇÃO, da qual participa pelo menos um dos seguintes elementos:
Vogal temática (-a-, - e-, -i-, respectivamente para verbos de 1ª, 2ª e 3ª conjugação)
Exemplos
Cant-a
Beb-era
Sorr-ira
Desinência temporal (ou modo temporal) - indica o tempo e o modo:
canta (ausência de sufixo), cant-a-va, cant-a-ra
Desinência número-pessoal - identifica a pessoa e o número:
canta (ausência de desinência), cant-a-va-s (2ª pessoa singular), cant-á-ra- mos (1ª pessoa plural)
Todo o mecanismo da formação dos tempos simples repousa na combinação harmônica desses elementos flexivos com um determinado radical verbal. Muitas vezes, falta um deles, como, por exemplo:
VOGAL TEMÁTICA, no presente do subjuntivo e, em decorrência, nas formas do imperativo dele derivadas:
Exemplos
Cante
Cantes
Cante
Etc
DESINÊNCIA TEMPORAL, no presente e no pretérito perfeito do indicativo, bem como nas formas do imperativo derivadas do presente do indicativo:
Canto, cantas, canta etc.; cantei, cantaste, cantou etc.; canta (tu), cantai (vós);
DESINÊNCIA PESSOAL
a) na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo (canta);
b) na 1ª e na 3ª pessoa do singular do imperfeito (cantava), do mais-que-perfeito (cantara) e do futuro do pretérito (cantaria) do indicativo;
c) na 1ª e na 3ª pessoa do singular do presente do subjuntivo (cante), do imperfeito do subjuntivo (cantasse) e do futuro do subjuntivo (cantar);
d) na 1ª e na 3ª pessoa do infinitivo pessoal (cantar).


MODOS VERBAIS
Modo verbal é uma classificação dada a um verbo, que apresenta diferentes e diversas formas de um mesmo verbo. Possuem por classificação: modo, tempo, pessoa e número.
Tempo - O tempo é usado para indicar quando ocorreu a ação a qual o verbo se refere.
Presente - Indica o fato no momento em que se fala (ele dança).
Pretérito imperfeito - Indica um acontecimento que se prolongou ao longo do tempo com inicio e fim no passado (eu passeava).
Pretérito perfeito - Indica um acontecimento que se iniciou e terminou no passado durante pouco tempo (eu saí quase imediato).
Pretérito mais-que-perfeito - Indica um fato passado em relação a outro (ele conjugara).
Futuro do presente - Indica um fato que irá acontecer no futuro (eu viajarei).
Futuro do pretérito - Indica um futuro que ocorre no passado (ele viajaria )-uma coisa que poderia ter acontecido.
Pessoa - é a pessoa a quem se refere o verbo. Eu e nós pertencem à primeira, tu e vós/vocês a segunda e ele/ela, eles/elas à terceira.
Eu - (eu consigo) 1ª pessoa do singular
Tu - (tu consegues) 2ª pessoa do singular
Ele/Ela - (ele consegue) 3ª pessoa do singular
Nós - (nós conseguimos) 1ª pessoa do plural
Vós - (vós conseguis) / Vocês - (vocês conseguem) 2ª pessoa do plural
Eles/Elas - (eles conseguem) 3ª pessoa do plural
Número - Indica a quantidade de pessoas. Se são uma ou mais de uma.
Singular- Indica uma pessoa (eu estou).
Plural- Indica duas ou mais pessoas (eles estão)

FORMAS NOMINAIS DO VERBO
São chamadas formas nominais, porque podem desempenhar as funções próprias dos nomes (substantivos, adjetivos ou advérbio) e caracterizam-se por não indicarem nem o tempo nem o modo.
São elas: o INFINITIVO, o GERÚNDIO e o PARTICÍPIO.
- Infinitivo- exprime a idéia de ação e seu valor aproxima-se do substantivo:
"Navegar é preciso Viver não é preciso" (Fernando Pessoa)
Os verbos navegar e viver ocupa a função de um sujeito gramatical e por isso equivalem a um substantivo.
O infinitivo pode ser
Pessoal
Quando tem sujeito: É preciso vencermos esta etapa (sujeito: nós)
Impessoal
Quando não tem sujeito: Viver é aproveitar cada momento. (não há sujeito)
Gerúndio
Exprime um fato em desenvolvimento e exerce funções próprias do advérbio e do adjetivo:
O menino estava chorando. (função de adjetivo)
Pensando, encontra-se uma solução. (função de advérbio)
Particípio
Exerce as funções próprias de um adjetivo e por isso pode, em certos casos, flexionar-se em número e em gênero:
Terminado o ano letivo, os alunos viajaram.
Terminados os estudos, os alunos viajaram.
Tempo
O tempo verbal indica o momento em que acontece o fato expresso pelo verbo.
São três os tempos básicos: presente, passado (pretérito) e futuro, que expressam respectivamente, um fato ocorrido no momento em que se fala, antes do momento em que se fala e que poderá ocorrer após o momento em que se fala.
O presente é indivisível, mas o pretérito e o futuro subdividem-se no modo indicativo e no subjuntivo.
Indicativo
Presente;
Pretéritos; Pretérito Imperfeito: Pretérito Perfeito simples: Pretérito Perfeito composto: Pretérito Mais-que-perfeito simples: Pretérito Mais-que-perfeito composto:
Futuros:
Futuro do presente simples:
Futuro do presente composto:
Futuro do pretérito simples:
Futuro do pretérito composto:

Subjuntivo
Presente: Pretéritos; Pretérito Imperfeito; Pretérito Perfeito composto:Pretérito mais-que-perfeito.
Futuros
Futuro simples: Futuro composto:
Imperativo
Presente:
FORMAÇÃO DOS TEMPOS SIMPLES (PRIMITIVOS E DERIVADOS)
Quanto à formação dos tempos, estes se dividem em primitivos e derivados.
Primitivos
a) presente do indicativo
b) pretérito perfeito do indicativo
c) infinitivo impessoal
Derivados do Presente do Indicativo
Presente do subjuntivo
Imperativo afirmativo
Imperativo negativo
Derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo
Pretérito mais-que-perfeito do indicativo
Pretérito imperfeito do subjuntivo
Futuro do subjuntivo


Como podemos perceber, anteriormente, as flexões de Modo nos verbos, determinam as diversas atitudes da pessoa que fala com relação ao fato enunciado. São divididos em três: modo indicativo, Modo Subjuntivo e Modo Imperativo.
MODO INDICATIVO
MODO INDICATIVO: é um modo verbal que expressa uma certeza, um fato ou certo.
Uma atitude que expressa certeza com relação ao fato que aconteceu, que acontece ou que acontecerá, é característica do Modo Indicativo. Exemplos:
Ele trabalhou ontem.
Ela está em casa.
Nós iremos amanhã.
Todos os dias faço um bolo.
O MODO INDICATIVO
Exemplos
Marilena morava no morro da Babilônia.
TEMPOS VERBAIS
I-PRETÉRITO PERFEITO - Exprime ações concluídas no passado.
Ex: João acordou cedo.
Exemplo: (verbo temer)
Eu temi
Tu temeste (Portugal)
Você temeu (Brasil)
Ele/ela temeu
Nós tememos
Vós temestes (Portugal)
Vocês temeram (Brasil)
Eles/elas temeram
I-PRETÉRITO IMPERFEITO - Exprime ações que dão a ideia de não estarem concluídas no passado.
Exemplo: Ex: Ele estudava as lições quando foi interrompido
(verbo trancar)
Eu trancava
Vós trancavas
Ele/ela trancava
Nós trancávamos
Vós trancáveis
Eles/elas trancavam
Outros verbos:
Exemplo: (verbo dançar)
Eu dançava
TU dançavas
Ele/ela dançava
Nós dançávamos
Vós dançais
Eles/elas dançavam
II - PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO
Exprime ações concluídas há muito tempo no passado.
Exemplo: (verbo ser)
Eu fora
Tu foras
Ele/ela fora
Nós fôramos
Vós fôreis
Eles/elas foram
III- FUTURO DO PRETÉRITO – Exprime ações que iriam acontecer, mas não vão mais.
Exemplo: (verbo colocar)
Eu colocaria
Tu colocarias
Ele/ela colocaria
Nós colocaríamos
Vós colocareis
Eles/elas colocariam
IV-FUTURO DO PRESENTE – indica uma ação que acontecerá num futuro próximo.
Exemplo: (verbo colocar)
Eu colocarei
Tu colocarás
Ele colocará
Nós colocaremos
Vós colocareis
Eles colocarão


MODO SUBJUNTIVO

Revela um fato duvidoso, incerto. Ou seja, que revela uma incerteza, uma dúvida ou uma hipótese é característica do Modo Subjuntivo (ou Conjuntivo).
Exemplos:
Se eu trabalhasse mais, ganharia mais dinheiro.
Quando eu partir, talvez sentirás minha falta.
Se ele me amasse estaríamos juntos.
Talvez elas cheguem logo.
I - PRESENTE - Emprega-se o presente do subjuntivo para assinalar:
a)Um fato presente, mas duvidoso ou incerto, um desejo ou um sentimento.
Talvez eles façam tudo aquilo que nós pedimos.
Talvez ele saiba sobre o que está falando.
b)Um fato futuro, mas duvidoso ou incerto
Talvez eles venham amanhã.
c)Um desejo ou uma vontade
Espero que eles façam o serviço corretamente.
Espero que me tragam o dinheiro
II - PRETÉRITO IMPERFEITO - Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para assinalar:
a) Uma hipótese ou uma condição numa ação passada, mas posterior e dependente de outra ação passada.
1. "Talvez a lágrima subisse do coração à pupila…" (Coelho Neto, Sertão)
2. "Como fizesse bom tempo, as senhoras combinaram em tomar o café na chácara." (Aluísio Azevedo, Casa de Pensão)
3. "Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
4. Estou hoje vencido, como se estivesse para morrer." (Fernando Pessoa, Tabacaria - Álvaro de Campos)
b)uma condição contra factual, ou seja, que não se verifica na realidade, que teria uma certa consequência; pode se referir ao passado, ao presente ou ao futuro.
1. Se ele estivesse aqui ontem, poderia ter ajudado.
2. Se ele estivesse aqui agora, poderia ajudar.
3. Se ele viesse amanhã, poderia ajudar.
III –FUTURO - Emprega-se o futuro do subjuntivo para assinalar uma possibilidade a ser concluída em relação a um fato no futuro, uma ação vindoura, mas condicional a outra ação também futura.
1. Quando eu voltar, saberei o que fazer.
2. Quando os sinos badalarem nove horas, voltarei para casa.
a) Também pode indicar uma condição incerta, presente ou futura.
1. Se ele estiver lá amanhã, certamente ela também estará.
b)É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Subjuntivo simples e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Subjuntivo simples. Por exemplo:
1. Quando você tiver terminado sua série de exercícios, eu caminharei 6 km.
IV-PRETÉRITO PERFEITO - Emprega o passado com relação a um futuro certo.
a)Caso eu tenha sido escolhido, ficarei muito feliz.
V - PRETÉRITO MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO -Formado pelo imperfeito do subjuntivo do verbo auxiliar (ter, haver) mais o particípio do verbo principal
Tem valor semelhante ao Imperfeito do subjuntivo.
Ex: Eu teria caminhado todos os dias desse ano, se não tivesse trabalhado tanto.
Eu teria viajado se não tivesse chovido.
Condições obrigatórias
• Duas orações, sendo uma principal e a outra dependente -- ou subordinada: o subjuntivo só é usado na dependente. • Verbo principal em um desses modos: presente simples ou composto (tenho pensado) e futuro (pensarei/vou pensar)

Verbos irregulares no modo subjuntivo: ser, estar, saber, querer, ir, dar, haver
Que... Ser Estar Haver Saber Querer Dar Ir
Seja Esteja Haja Saiba Queiro Dê Vá
Sejas Estejas Hajas Saibas Queiras Dês Vás

Ele/Ela também, Seja, Esteja, Haja, Saiba, Queira, Dê, Vá.
Nós Sejamos, Estejamos, Hajamos, Saibamos, Queiramos, Demos, Vamos.
Vós Sejais, Estejais, Hajam, Saibais, Queirais, Deem, Vais.
Eles/Elas Sejam,Estejam, Hajam,Saibam, Queiram, Deem ,Vão
Conectivos do subjuntivo;
Caso, Embora, Tomara, A fim de que, Para que, Antes que, Contanto que, Sem que, Ainda que, Mesmo que, inté que, Desde que.
Obs.: Perceba que todas as frases remetem a ação para o passado. A frase: Se eu estudasse, aprenderia; é diferente de Se eu tivesse estudado, teria aprendido.
IMPERATIVO

Modo imperativo - Exprime uma atitude de solicitação, mando. É formado por afirmativo e negativo.
Este modo verbal não possui a primeira pessoa do singular (eu), pois não podemos mandar em nós mesmos.
Uma atitude que expressa uma ordem, um pedido, um conselho, uma vontade ou um desejo é característica do Modo Imperativo. Exemplo: Faça isto, agora! Com relação ao Tempo, podemos expressar um fato basicamente de três maneiras diferentes:
No presente: significa que o fato está acontecendo relativamente ao momento em que se fala;
No pretérito: significa que o fato já aconteceu relativamente ao momento em que se fala;
No futuro: significa que o fato ainda irá acontecer relativamente ao momento em que se fala.
Entretanto, as possibilidades de se localizar um processo no tempo podem ser ampliadas de acordo com as necessidades da pessoa que fala ou que relata um evento. Neste contexto, a língua portuguesa oferece-nos as seguintes possibilidades para combinarmos modos e tempo
Exemplo
Parcele sua compra!
Faça sua tarefa!
Lave a louça!
Escove os dentes!
Compre aqui e ganhe um brinde!
FORMAÇÃO DO MODO IMPERATIVO
No imperativo, não existe a primeira pessoa do singular (eu). Os pronomes posicionam-se depois dos verbos conjugados.
Afirmativo =Tu ou Vós: usa-se o verbo conjugado nas segundas pessoas do singular e plural, respectivamente, do presente do indicativo cortando-se a letra s.
Exemplo 1: Corre (tu) até lá.
Exemplo 2: Falai (vós) isto.
Você ou Vocês: usa-se o verbo conjugado nas terceiras pessoas do singular, em Você, e no plural, em Vocês, do presente do subjuntivo. Nunca se corta a letra s.
Exemplo 1: Corra (você) até lá.
Exemplo 2: Falem (vocês) isso.
Nós: usa-se o verbo conjugado na primeira pessoa do singular do presente do subjuntivo. Não se corta a letra s.
“Exemplo 1: Façamos o Bem aos outros.”
NEGATIVO
Tu ou Vós: usa-se o verbo conjugado nas segundas pessoas do singular e plural, respectivamente, do presente do subjuntivo, não se corta o s.
Exemplo 1: Não corras (tu) até lá.
Exemplo 2: Não falais (vós) isso.
Você ou Vocês: usa-se o verbo conjugado nas terceiras pessoas do singular, em Você, e do plural, em Vocês, do presente do subjuntivo.
Exemplo 1: Não corra (você) até lá.
Exemplo 2: Não falem (vocês) isso.
EXEMPLOS DE CONJUGAÇÕES NO IMPERATIVO
1-Verbo amar no Imperativo afirmativo:
Ama tu Corre tu
Ame você Corre você
Amemos nós Corremos nós
Amai vós Correis vós
Amem vocês Correm vocês.
2-Verbo cantar no Imperativo negativo:
Não cantes tu
Não cante você
Não cantemos nós
Não canteis vós
Não cantem vocês
Autor: Geovane Costa
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
www.infoescola.com/portugues/tempos-verbais
/www.soportugues.com.br
fabulasecontos.com. br/verbos
/www.juliobattisti.com.br/tutoriais/jaquelinesilva
http://pt.wikipedia.org/wiki
Nova redação gramática&literatura: aprenda a elaborar textos claros,
objetivos eficientes/Luis Fernandi Mazzarozo,Teresinha de Oliveira Ledo,Davi Dias Camargo.- 2 ed. São Paulo:DCL,2010.
Nova Gramática do Português Contemporâneo/ Celso Cunha,Luis Lindley Cintra-5.ed.-Rio de Janeiro:Lexikon,2008.



LINGUAS&LINGUAGEM: 10 Dicas que te ajudarão a Vencer | Mensagens da Manhã - Fé, otimismo, ajuda, positivas, incentivo, reflexão, Bíblicas.

LINGUAS&LINGUAGEM: 10 Dicas que te ajudarão a Vencer | Mensagens da Manhã - Fé, otimismo, ajuda, positivas, incentivo, reflexão, Bíblicas.

sábado, 17 de setembro de 2011

Literatura infantil e os contos de fadas na construção de valores e formação das crianças

Literatura infantil e os contos de fadas na construção de valores e formação das crianças

Autor: GUTEMBERG MARTINS DE SALES

INTRODUÇÃO

O presente trabalho busca oferecer dados sobre a importância dos contos de fadas na formação das crianças, tanto no que diz respeito à aquisição de valores, como na construção do aprendizado e no despertar do interesse pela leitura de maneira intrínseca.

É nesse universo do imaginário que as crianças mergulham no intuito de aproximar sua realidade aos contos da Literatura Infantil e se descobrem enquanto sujeitos da leitura que se apropriam. Acredita-se que os contos de fadas permitem as crianças identificarem-se ou não com as dificuldades ou alegrias de seus heróis, cujos feitos narrados expressam, a condição humana frente às provações da vida.

Acredita-se que as crianças encontram por intermédio dos contos de fadas uma melhor maneira de viver.

Dessa forma, algumas questões tornam-se pertinentes na discussão do papel dos contos de fadas no processo de ensino e aprendizagem das crianças, e que são de certa forma, respondidas de maneira sugestiva para que se possibilitem novos embates sobre o tema abordado. Como surgiram os contos de fadas? Qual sua importância na formação das crianças? A que fatores podem atribuir sua permanência na vida infantil e adulta? Como podemos incorporar os contos no currículo formal das escolas?

As questões nos permitem inúmeras reflexões, todavia, o foco primordial desta pesquisa é analisar documentos que permitem entender a genuinidade dos contos de fadas na vida das crianças e oferecer mais uma ferramenta indispensável para seu processo de formação e aprendizado.

LITERATURA INFANTIL E OS CONTOS DE FADAS NA CONSTRUÇÃO DE VALORES E FORMAÇÃO DAS CRIANÇAS

Os estudos de Pimentel (1999, p. 25) realizados sobre literatura infantil demonstram que a literatura infantil se transformou nos países industrializados em um rico filão para ser explorado, na área de alfabetização visando uma boa escolarização da criança. Tendo em vista que esse gênero literário se destina a recrear e emocionar a criança, segundo a autora, é importante pontuar que um bom livro seria agradável e apreciado tanto por adultos como por crianças. Nesse sentido a escritora conclui que existem livros, que são aceitos como fazendo parte da literatura infantil que são pueris, tem uma linguagem carregada de diminutivos, não oferecem um sentido à trama e têm diálogos frágeis, ou seja, são livros que tratam a criança como se ela fosse um ser sem inteligência. A autora explica que é no encontro com qualquer forma de literatura que os homens têm a oportunidade de ampliar, transformar ou enriquecer sua própria experiência de vida. Mas, demonstra também, que a literatura infantil, por iniciar o homem no mundo literário, é utilizada como instrumento para a sensibilização da consciência, servindo como meio de transmissão de valores e ideias de
submissão. Explica ainda que quando são desvendadas as ideias que existem subjacentes a histórias, nos contos de fadas, é possível se expandir a capacidade da pessoa de pensar, refletir e raciocinar. Esse entendimento possibilita ao leitor entender as ideias e lhe dá uma maneira nova de analisar o mundo. Desta maneira, assevera que é fundamental perceber que a literatura precisa ser encarada sempre, por professores, psicóloga e estudiosa em geral, de modo global e complexo, em toda sua ambiguidade e pluralidade.

Até bem pouco tempo, segundo Coelho (2003) a literatura infantil era considerada como um gênero secundário, e vista pelo adulto como algo pueril, uma história sem outro valor senão
distrair e encantar as crianças. Para investir na interpretação do texto literário dentro dessa realidade, é necessário conhecer as obras infantis que abordem questões e problemas universais, inerentes ao ser humano. Por meio do prazer ou das emoções que as histórias proporcionam, o simbolismo que está implícito nas tramas e nos personagens vai agir no inconsciente, atuando pouco a pouco para ajudar a resolver conflitos interiores, os quais são normais nas crianças.

Segundo Bernardo (apud ARCURI 2004, p. 121) toda vez que a pessoa se abre ao inusitado, ao novo, dando asas à imaginação e ao seu poder criador ela se permite ser transformada em seu crescimento e no seu autoconhecimento. Essa abertura não se esgota apenas em seu "eu", na sua própria pessoa, mas estende laços que se entrelaçam com outras pessoas, caminhando até o infinito. Essa é segundo o autor, uma maneira de se tecer o próprio destino, recompondo a vida no resgate dos arquétipos herdados dos ancestrais e permitindo-se se ver sem máscaras ou fantasias. A literatura infantil tem também esse poder de resgatar sonhos e fantasias que estão incrustadas no inconsciente, pois logo que a criança começa a andar e explorar o mundo que se estende à sua volta ela se depara com alguns problemas complexos, que é a formação de sua identidade.

A criança se olha ao espelho, vê alguém semelhante a si mesma, segundo Bettelheim (1992, p. 177) uma figura que está colocada atrás do vidro do espelho. Tenta descobrir quem a está mirando, busca entender se a outra criança é como ela, movendo-se no mesmo ritmo e fazendo as mesmas coisas e trava o primeiro contato com o dilema de sua identidade. O autor explica que nascem outras dúvidas relativas à vida, sobre a criação de homens e mulheres, pessoas e animais, sobre a bondade e a justiça, e até uma preocupação sobre o que a vida lhe reserva. Essas são questões que deixam confusa a criança e para as quais apenas os contos de fadas oferecem respostas, pois toma consciência delas ao acompanhar a narrativa do adulto.

Tanto para o professor como para o adulto que se ocupa em contar a história e lhe dar vida, as respostas que os contos de fadas oferecem são fantásticas e não correspondem à realidade, pois suas soluções sob o ponto de vista do adulto são erradas. Por isso, muitos adultos, inclusive professores, segundo Bettelheim (1992, p. 60) se negam a transmitir para criança o que denominam de "falsas noções". O autor, porém comprova por meio de experiências com crianças de idades variadas que as explicações realistas, com cunho
científico é que são incompreensíveis para criança, porque elas ainda não dominam conceitos abstratos.

As pessoas adultas consideram que devem entrar em detalhes científicos quando estão explicando algo à criança, mas Bettelheim (1992, p. 63) enfatiza que as explicações científicas necessitam de pensamento objetivo, algo que a criança ainda não tem. A literatura infantil e, principalmente, os contos de fadas podem ser fundamentais para a formação da
criança em relação a si mesma e ao mundo à sua volta. Segundo Coelho (2003, p. 33) "O maniqueísmo que divide as personagens em boas ou más, belas ou feias, poderosas ou fracas, facilita à criança a compreensão de valores básicos da conduta humana ou convívio social".

Isso ocorre, conforme Bettelheim (1992, p. 15) porque é uma característica presente nos contos de fadas colocarem dilemas existenciais de maneira categórica. Essa forma de apresentar os problemas simplifica todas as coisas, torna para a criança, a vida menos
complexa, embora bem e mal sejam onipresentes e a propensão para acompanhar um ou outro caminho esteja constantemente gerando conflito para o homem. Essa dualidade que existe durante toda a existência envolve o conceito de moral e exige do ser humano uma definição, é o que lembra o autor.

Nos contos de fadas o mal comporta uma sedução, ele atrai as pessoas, e por um espaço de tempo ele se manifesta vitoriosamente (o poder maléfico da madrasta, que engendra o seu mal no intuito que o príncipe não encontre Cinderela para que experimente os sapatinhos de cristal). Por isso, Abramovich (1997, p. 122) considera fundamental que se respeite os elementos do conto, suas facetas de crueldade, angústia, pois entende que essa é uma maneira de se considerar a integridade dos contos, sua inteireza, o corpo da narrativa, pois é inadmissível para a autora, que o contador ou o leitor (no caso o professor ou a mãe) tente adocicá-lo retirando de sua essência conflitos necessários.

Abramovich (1997) enfatiza que não se mutila uma obra alheia, pois se removem dela todos os conflitos essenciais, transformando sua densidade e seu significado. A autora expressa à convicção que a dicotomia que é transmitida através de uma linguagem simbólica, não prejudica a formação da consciência ética da criança. O que as crianças encontram nos contos de fadas são, categorias de valor perenes. Os contos que surgiram no processo histórico de composição dos contos de fadas, por conter um ensinamento em sua base já se vinculavam à educação.

Para que isso aconteça, segundo Abramovich (1997, p. 20) tornou-se desejável que ao contá-lo houvesse um clima de encantamento envolvendo a criança em magia e sedução. A autora enfatiza que ainda hoje, os contadores de história precisam estar atentos à importância das pausas, dos intervalos de leitura, do respeito que se deve ter ao imaginário infantil. Lembra ainda que contar histórias é uma arte que pode ser aprendida e que deve ser levada a serio, com atenção e carinho. É esse cuidado ao narrar o conto, conforme Abramovich (1997) que permitirá à criança criar os cenários em sua imaginação, visualizar aquilo que está sendo relatado, muitas vezes, de uma forma tão vívida, que chega a dar oportunidade de experimentar os mesmos sentimentos que os personagens estão vivendo. Nesse clima, a criança, segundo ainda a autora produz um cenário especial, veste suas
princesas de encantamento e magia, pensa nos rostos que estão sendo descritos, dando-lhes feições e características e chega a sentir o vento que o galope do cavalo traz aos seus ouvidos.

Nesse pormenor, um detalhe é importante para a autora, que enfatiza o cuidado que deve ter o contador de histórias de evitar descrições dos detalhes, de modo longo e muito elaborado,
pois eles devem ficar restritos à imaginação infantil, à criação da mente da criança, permitindo vôos necessários. Além disso, é importante que o professor tenha conhecimento que o processo de criação das histórias nasceu da palavra viva e animada fornecida pelo mito, e deste evoluiu para o conto.

Através do conhecimento fornecido pelo mito e pelas analogias que eles permitem há possibilidade de um resgate das emoções e se iluminam potenciais que de outra forma permaneceriam escondidos da própria pessoa. Problemas como a riqueza, o trabalho, os poderes são elementos que se situam na base de todos os contos. Isso demonstra que
essas histórias não são apenas criações da imaginação, mas nasceram de acontecimentos reais que o povo recolheu e guardou e que mais tarde formou, na base, a moral da sociedade.

Historicamente o conto atuava como veículo de transmissão de ensinamentos de valores morais e éticos ou como concepções de mundo na tradição oral dos povos, sendo fortalecido na memória de consecutivas gerações como uma espécie de legado que passava de pai para filho. Nesse contexto, torna-se difícil estabelecer, precisamente, quantas e quais funções o conto deveria servir na estrutura das sociedades primitivas. Com ele, fundamentava-se a religião, passava-se noção do bem e do mal, estimulava-se a formação de um senso de justiça natural com o qual as crianças eram alimentadas. Havia nitidamente uma ação de ordem educativa, consciente e ao lado desta, uma necessidade básica de sonho e fantasia a que os contos de fadas correspondiam.

Por essa razão, ainda hoje, torna-se fácil conhecer um conto de fadas, pois, em suas histórias os animais falam, as fadas madrinhas realizam desejos e os reis e as rainhas estão presentes, muitas vezes transpirando maldades. As histórias quase sempre começam pelo bordão "Era uma vez", se realizando muito longe daqui. Os nomes dos personagens são de fácil memorização e esse fato faz com que a narrativa seja apropriada à oralidade.

Essa fantasia pertence segundo estes autores, ao gênero literário mais rico do imaginário popular e como mecanismo psicológico auxilia o homem a vencer suas reais dificuldades, pois apresenta soluções para elas. Assim quando uma pessoa lê o conto "Cinderela" à
personagem representa o desejo que todo ser humano tem que o mais fraco vença as disputas e até inconscientemente que possa urdir uma vingança contra quem a maltrata, por ser a pessoa menos favorecida e mais frágil. As crianças se identificam com os heróis e experimentam múltiplas emoções quando ouvem um conto de fadas, sentem medo ao ver as irmãs maltratarem Cinderela, manifestam ódio à madrasta que impede Cinderela de ir ao baile, e vivem a mesma angústia detalhada no conto quando a personagem se vê sozinha em casa na noite do baile.

Um professor que deseja levar seus alunos a experimentar os sentimentos e as emoções dos personagens das histórias, precisa segundo Abramovich (1997, p. 20) modular sua voz ao dar vida às falas e representações: sussurrar quando o momento leva o personagem a falar baixinho, ou mesmo está pensando em alguma coisa extremamente importante para a
condução do foco narrativo. Também nos momentos de dúvida e de reflexão a entonação de voz deve acompanhar o movimento da história, assim como é importante o uso das onomatopéias, os espantos, o susto, a expressão facial que acompanha o relato, tudo deve concorrer para levar a criança ao encontro da magia que está expressa no conto de fadas.

Nessa maneira de relatar os contos, na confecção de máscaras que permitam a reconstituição da história torna-se possível reconhecer e dar voz a outras manifestações da própria personalidade, iluminando potenciais que se desmembraram ao longo da vida.

Para Machado (apud BENCINI 2005, p. 52) além da riqueza literária que representam os contos de fadas eles são essenciais para a formação da personalidade infantil, pois as crianças experimentam sentimentos negativos durante seu crescimento, e com o auxílio do
"Maravilhoso", "Mágico" aumentam seu repertório sobre o mundo e ampliam a força de suas emoções, enquanto interiorizam as normas sociais.

Para Abramovich (1999, p. 121) os contos de fadas estão envoltos no ambiente necessário para que a criança perceba que não pode viver indefinidamente no mundo da fantasia. Por isso eles mantêm uma estrutura fixa: parte de um problema que está ligado à realidade vivida pelo personagem (penúria, carência afetiva, conflitos familiares) algo que causa um
desequilíbrio ao clima de tranqüilidade com que se iniciou a narrativa. O desenvolvimento da história caminha em busca de uma solução, ainda no plano da fantasia, e nesse momento entram em cena elementos mágicos: anões, bruxas, magos, duendes e fadas que ou auxiliam ou atrapalham o desenrolar.

Logo a história segue para o seu desfecho quando acontece à restauração da ordem e se volta ao real. Partindo dessa trajetória os autores vão ao encontro do potencial imaginativo que a criança tem, mas também demonstram que ela não pode ficar indefinidamente no mundo da fantasia. Por isso, Abramovich (1999, p. 121) enfatiza: "por lidar com conteúdos da sabedoria popular, com conteúdos essenciais da condição humana, é que esses contos de fadas são importantes, perpetuando-se até hoje".

Os contos de fadas têm uma singularidade que os fazem diferentes das demais histórias e não é o fato de possuir duendes ou fadas atrapalhadas que fazem de "um conto qualquer" um "conto de fadas". Por isso Abramovich (1999, p. 121) declara que a "a magia não se encontra no fato de haver uma fada já anunciada no título, mas na sua forma de ação, de aparição, de comportamento, de abertura de portas". Essas ideias ganharam corpo após os estudos de Bruno Betelheim que declarou ser esse tipo de leitura o mais enriquecedor e satisfatório para ensinar sobre os
problemas internos dos seres humanos. O autor demonstra que os contos fazem as pessoas aceitarem suas diferenças intrínsecas e apresentam soluções em qualquer sociedade e em todos os tempos para os conflitos que são inerentes à pessoa humana.

Bettelheim (1992) enfatiza que para a criança aceitar essa diferenciação, que o auxilia, a crescer como pessoa, construindo sua própria identidade, ela precisa encontrar na leitura uma definição para as situações que acontecem no cotidiano, através das trocas de papéis que são experimentadas e vividas por ela ao se imaginar no lugar da personagem da história. Essa também é a ideia de Abramovich (1997, p. 30) ao demonstrar que alguns autores hoje utilizam elementos como estrelas, sinos, torres, gatas com óculos, lira no telhado para passear na imaginação dos leitores, com sugestões que devem ser digeridas devagar, dando perspectivas inteligentes ao olhar que se renova através do roteiro criativo e bem feito.

Bettelheim (1992, p. 161) demonstra que as reações das crianças ao ouvir histórias fantásticas são de segurança, de conforto, pois elas sentem que estão superando dificuldades que não compreendem quais são e onde se localizam, apenas sentem uma sensação de bem-estar. Por isso, estas histórias possuem méritos definitivos. O autor declara que algumas crianças conseguem contrabalançar o impacto difícil vivido pela realidade que se mostra árdua, com as esperanças e promessas contidas nos contos de fadas.

Por vezes, a realidade da vida é demasiado cruel para uma criança que pode estar atravessando momentos difíceis de perdas, entes queridos, novos relacionamentos, entrada de elementos estranhos em uma relação estável e com isso separação, divórcio, são momentos dolorosos, como demonstra no conto de Cinderela, o falecimento de seu pai, a crueldade de sua madrasta e suas filhas ao encarar uma nova realidade tão severa, mas que por seus doces méritos consegue lutar e vencer a crueldade. Fugir para a magia dos contos de fadas e se refugiar neles significam sentir renascer a esperança e viver através de convicções e certezas que sustentam e dão força à criança.

É possível entender que a criança em contato com o mundo dos contos de fadas encontra com mais facilidade o espaço pessoal para que sua identidade possa ser melhorada, e estimulada. Com isso, ela se sente mais confortável para exercer as múltiplas e diferentes funções que encontra em sociedade, aprendendo formas de comportamento que permitirão que interaja em sociedade, com os mais diversos tipos de indivíduos (BETTELHEIN, 1992, p. 162).

Para Abramovich (1999, p. 123) os contos de fadas falam dos medos que cada pessoa enfrenta na vida, daquilo que realmente a assusta e que é diferente do que causa medo ao seu vizinho. Traduzem os "medos dos silêncios imensos que abafam os gritos" segundo a autora ou então daquele medo que permite "procurar a pessoa amada atrás de uma máscara, mesmo tendo sido solicitado que ela nunca fosse retirada, acaba revelando ou provocando, ao não ser o pedido respeitado um momento de horror.

Com isso, também os contos retomam a eterna busca que move o ser humano na sua caminhada como lembra o conto de Andersen "Os sapatos vermelhos", conforme Abramovich (1999, p. 124). Na história a criança ao ficar órfã é recolhida por uma velha e enganando-a consegue comprar os sapatos vermelhos que sempre desejou que cobiçasse a vida toda. Mas os sapatos (que parecem de baile) a fazem dançar interminavelmente, sobre os mais diferentes pisos, destroçando os seus pés. O horror só termina quando um anjo se compadece dela e corta seus pés. De muletas, inválida e doente ela descobre que conquistou o perdão da aldeia, de sua mãe adotiva e com medo (da cobiça, do desejo, e também da culpa que carrega) ela jamais pergunta pelo sapato vermelho. A angústia causada por seu próprio medo oriundo da posse do objeto desejado (a culpa envolvida deve ser trabalhada pelo professor ao relatar o conto), assim como os valores que ela perde e encontra no interior da própria família, são elementos fortes que devem ser utilizados no momento do conto. Esses momentos permitem à criança entender e processar seus sentimentos, seus medos e suas fobias.

Os contos de fadas abrem a possibilidade de a criança perceber que a madrasta (a bruxa) que tem em casa é melhor que a bruxa (madrasta) do conto que lê e essa sensação fortalecem seus sentimentos dando-lhe valores que a sustentam. A satisfação fantasiada fornece combustível para a esperança de dias melhores, embora essas esperanças sejam limitadas e provisórias elas dão mecanismos compensatórios importantes para paz familiar
(BETTELHEIN, 1992, p. 161).

Para Abramovich (1997, p. 121) não só sobre o medo se aprende em família, riquezas, os sofrimentos que existem e fazem parte do cotidiano, as entregas, doações, valores, entre outros. Na sociedade atual a escola valoriza a hora da história, o momento do conto como uma atividade essencial para a criança, para através de ele promover o processo de mudança de um estágio para outro, superando a instabilidade que ela vive.

No decorrer de sua vida, a criança vive fases de instabilidade que se formam e levam a processos de separação-individualização. Isto é possível quando a criança aumenta seu repertório de conhecimentos sobre o mundo e transfere para os personagens seus principais dramas. Na infância, o que as crianças mais temem é a separação dos pais. Esse drama existencial surge no princípio de inúmeras historiam infantis, combinando e tecendo teias onde a agressividade, o descontentamento com irmãos e com os pais é vivenciado de uma
forma amena pela fantasia.

Rejeição, rivalidade são vistos e trabalhados em contos como Cinderela mostrando que esses sentimentos se modificam. A leitura de histórias infantis aponta padrões sociais e comportamentos que estão cristalizados em uma personalidade, sendo substituídos por outras atitudes e comportamentos com características novas, diferentes das anteriores. Assim o objetivo de moças ingênuas como Cinderela é encontrar seu príncipe e viver feliz para sempre, uma recompensa devida, pois ela é boa, paciente, meiga e amiga. Já os personagens maus (madrasta e sua filhas), se deparam com situações difíceis, dramáticas,
onde os finais nem sempre são muito agradáveis. Ou então falam de anseios, conforme Abramovich (1997, p. 126) momentos densos, de querência, de entendimentos silenciosos que as pessoas atravessam até chegar à plenitude do amor verdadeiro.

Os contos para Bettelheim (1992, p. 161) também mostram para criança que não é necessário suprimir a fantasia, ainda que sejam fantasias de vinganças dos pais. Quando está em seus momentos mais lúcidos, suas idéias de vingança são reconhecidas como injustas, pois seus pais lhes fornecem carinho, abrigo, proteção. Se a criança se permite viver através dos contos de fadas as fantasias repreensíveis contra os pais ela não teme a retaliação e nem viver sentimentos considerados imorais. Por isso, por tantos séculos a idéia dos contos de fadas continua a manter um canal aberto para a criança vivenciar sentimentos que não consegue ou não pode expressar.

Para Bettelheim (1992), tanto no século XVII quando esses contos foram criados voltados para a vida camponesa, como na atualidade, as histórias vêm mostrar às jovens que não devem andar sozinhas, pois se colocam à mercê do Lobo Mau. Nessa afirmação ele demonstra que os contos servem para instruir e educar, muito mais que divertir. Assim como também são utilizados para romper, transgredir com a dureza que se instala no cotidiano e pode ser vista nas ciências, na política, na moda e que pode ser quebrada, rompida, estraçalhada, dependendo da vontade de quem está compondo a sua história.

Para isso Abramovich (1997, p. 137) explica que os contos de fadas demonstram que "imaginar é também recriar realidades",em momentos que eternizam o humor, a ironia, o engraçado. A autora enfatiza que existem autores que em sua criação permitem um ritmo frenético, uma agitação que contaminam o leitor, fazendo-o seguir o compasso da história e não conseguir se desligar dela.

Este processo físico e psicológico acontece de modo desigual em cada criança por um período indeterminado de tempo e os papéis que absorvem nas histórias infantis se cristalizam em inter-relações. Esta forma de proceder vai estar diretamente ligada à possibilidade da criança adquirir novos conhecimentos, buscando sua própria identidade e construindo sua personalidade. É usado nessa composição, o verso, a rima, o ritmo, a cadência que se torna importante fator da história. Os elementos auxiliam a compor ou a
desmantelar as expectativas de comportamento. Além disso, é preciso que se tenha em conta que, os conflitos são únicos, eles surgem como dimensão da construção da individualidade. Isso faz com que os indivíduos estejam continuamente avaliando suas relações e o equilíbrio existente entre a unidade familiar e o crescimento individual, favorecendo a compreensão geral.

Nos contos de fadas, acontece uma mistura de fantasia ilógica e de lógica na realidade assim como acontece na vida e na essência familiar. Demonstra que, da mesma forma, também na família há múltiplas maneiras de interação que, estão continuamente ocorrendo, por vezes de forma simultânea. Elas podem ser desencadeadas pela forma como os pais se relacionam, ou pela maneira como tratam seus filhos, e dependem do aspecto de modernização vivido pelos membros da família.

Esses relacionamentos são percebidos nos laços familiares, que assumem as diversificações que ocorrem no mundo ao redor das pessoas. Para a criança as ações dos mais velhos são incompreensíveis e ilógicas, algo que alguns autores trabalham com grande propriedade (ABRAMOVICH, 1997, p. 58).

Em seus contos, os escritores conseguem fazer com que a entrada e a saída das pessoas, a mistura de pessoas e animais que convivem sem preconceitos, as formas como essas personagens falam, resmungam, comem, cansam demonstram para as crianças que a vida pode comportar essa mistura sem que se percam os caminhos que existem para serem trilhados. Para Bettelheim (1992, p. 155)"à medida que a criança cresce consegue satisfações emocionais com pessoas, que não fazem parte de sua família e essa sensação supre a desilusão que ela tem com seus pais". O autor enfatiza que a criança se desencanta com os pais porque eles não suprem suas fantasias e expectativas infantis, o que faz com que sozinha ela se torne capaz de suprir necessidades que possui. Demonstra ainda, que o papel do conto de fadas também está centrado na aprendizagem das relações afetivas, sejam elas de amor e ódio, pois são elas que preparam o homem para estabelecer um tipo de laço afetivo da maturidade (BETTELHEIM, 1992, p. 161).

Essa criança vai adquirindo mais habilidade e pode realizar coisas que antes não fazia. Embora faça parte do crescimento à mudança de relações causa um grande desapontamento na criança e fica ainda mais grave porque ela é causada pelos pais que até esse momento eram os seus grandes provedores. Por isso sentimentos como frustração, desespero e decepção são experimentados por essa criança que manifesta explosões temperamentais, demonstrando assim que não consegue sozinha mudar as difíceis condições que atravessa. Conforme Bettelheim (1992, p. 157) esse é o momento em que a criança começa a fantasiar e acreditar nas fantasias que forma e vive mais presa ao futuro, fugindo das angústias de um presente que não a agrada. Nesse momento, segundo o autor ela começa a manejar os acontecimentos conforme deseja e antecipa as vitórias que quer
alcançar.

Bettelheim (1992)indica que a pessoa passa por diferentes etapas, onde suas relações com o mundo físico e social são determinadas pela familiaridade que tem com os contos de fadas, com o "Maravilhoso", com o fantástico em sua formação. A criança vive avanços e
retrocessos em seu desenvolvimento particular e os diferentes ritmos se constitui em uma forma sadia de crescer. Assim, muitas vezes ao sentir as insatisfações que surgem quando se vê dominada e cercada por adultos é comum que ela construa para si um reino imaginário, ali decida e dê suas ordens com autonomia.

Considera-se decisivo que esse desenvolvimento se processe de forma integrada, através da interação com o adulto e com as demais crianças, pois nessas relações sua personalidade se constrói pouco a pouco. Na medida em que ela expressa seus pensamentos através de símbolos representando objetos e atividades ausentes, acrescentando novos valores, opiniões, atitudes à sua maneira de se expressar e aos comportamentos e valores que tinha desenvolvido, a criança combina, o velho e o novo, modifica e estrutura uma personalidade individual que vai mostrar características novas, diferentes das anteriores.

Egan (2007) acredita que a arte de ouvir histórias é um treino para a imaginação, e a habilidade de acompanhar histórias estimula e desenvolve o modo narrativo da mente e sua capacidade de criar sentido e significado, ao perceber que as histórias têm diferentes momentos, desenvolvidos por meio de ações sequenciais entre si, no qual as crianças podem dar vazão natural à organização de seus pensamentos, desenvolvendo e enriquecendo sua expressão verbal e escrita.

A criança entende que a história de contos de fadas garante a ela que um dia poderá construir seu reino, sua própria vida onde irá necessitar de toda força de sua personalidade, um momento em que seus conflitos estarão se resolvendo. Nesse "seu reino" poderá viver e agir sabiamente, conseguindo como os heróis que conheceu nos contos de fadas construírem sua maturidade. Este é um processo físico e psicológico que se estende de uma maneira desigual por um período longo e indeterminado de tempo. Essa mudança significa experiências e informações novas que ampliam sua criatividade e que a auxiliam a estabelecer harmonia em seu crescimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando-se que o mito, a fantasia, o inusitado fazem parte da formação da pessoa humana, pois é através da simbologia que a pessoa representa e exprime seus pensamentos, desde muito nova. Por isso, os contos infantis ajudam na aquisição do conhecimento e levam a pessoa a conviver harmoniosamente consigo mesmo compreendendo seus conflitos e superando-os na medida em que cresce cognitivamente e estrutura sua personalidade.

Portanto, é essencial se compreender todo o potencial que está resguardado pela simbologia dos contos de fadas. Também é possível aos pais, avós e professores perceber que contar histórias é necessário, pois esse momento se converte em um precioso auxiliar do desenvolvimento infantil.

Conclui-se que os contos têm o poder de tocar profundamente as crianças, no seu desenvolvimento, e no momento que a criança passa a ter contato com os contos de fadas inicia-se um processo de construção do "eu", assim os contos despertam a fantasia e a imaginação sendo possível com que ela tenha seu processo de autovalorização, tornando consciência, por meio da fantasia e situações inconscientes.

REFERÊNCIAS

ABRAMOVICH, F. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Editora Scipione, 1997.

ABRAMOVICH, F. O estranho mundo que se mostra às crianças. São Paulo: Summus, 1999.

BENCINI, R. Era uma vez... O maravilhoso mundo dos contos de fadas e seu poder de formar leitores. Revista Nova Escola. São Paulo, nº. 185, p. 52-54, Setembro/ 2005.

BERNARDO, P. P. A mitologia criativa e o olhar. In: ARCURI, Irene. Arte terapia de Corpo e Alma. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.

BETTELHEIM, B. Psicanálise dos contos de fadas. 9. ed. Trad. Arlene Caetano. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

COELHO, N. N. Literatura infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2003.

CUNHA, M. A. A. Literatura Infantil teoria e prática. 18. ed. São Paulo: Ed. Ática, 2003.

EGAN, K. Por que a imaginação é importante na educação? In: FRITZEN, Celdon; CABRAL, Gladir da Silva. Infância, imaginação e educação em debate. Campinas: Papirus, 2007.

LOBATO, M. Contos de Grimm. São Paulo: Nacional, 2005

PIMENTEL, L. G. Introdução à literatura infantil e juvenil. São Paulo: Pioneira, 1999.

/educacao-infantil-artigos/literatura-infantil-e-os-contos-de-fadas-na-construcao-de-valores-e-formacao-das-criancas-4823064.html

Perfil do Autor

SALES, Gutemberg Martins de - Prof. da Rede Pública e Privada do Estado de São Paulo - Graduado em Matemática e Fisica pela Universidade Guarulhos - ung e Pós Graduado em Matemática, Docência do Ensino Superior e Pedagogia com Administração e Supervisão Escolar pela Universidade Iguaçu - UNIG.

A ORALIDADE E A ESCRITA NA SALA DE AULA NA LITERATURA INFANTIL

A ORALIDADE E A ESCRITA NA SALA DE AULA NA LITERATURA INFANTIL

Autor: Andreza de Araújo Pimentel

INTRODUÇÃO

O trabalho de pesquisa e elaboração das práticas com a literatura infantil em sala de aula é de suma importância, pois, inicia o homem no mundo literário e deve ser utilizada como instrumento para a sensibilização da consciência, para a expansão da capacidade e interesse de analisar o mundo.

É no encontro com qualquer forma de literatura que os homens têm a oportunidade de ampliar, transformar ou enriquecer sua própria experiência de vida. Nesse sentido, a literatura apresenta-se não só como veiculo de manifestação cultural, mas também, de ideologias. Até pouco tempo a literatura infantil era considerada como gênero secundário, era vista pelos adultos como uma forma de entretenimento. Como valorização da literatura infantil; como formadora de consciência dentro da vida cultural das sociedades é bem recente.

O caminho para a redescoberta literatura infantil, em nosso século foi aberto pela psicologia experimental, que revelando a inteligência como um elemento estruturador do universo, que cada indivíduo constrói dentro de si; chama a atenção para os diferentes estágios de seu desenvolvimento da infância à adolescência. Pois a sua importância é fundamental para a evolução da personalidade do futuro adulto.

A sucessão das frases evolutivas da inteligência ou estruturas mentais é constante e igual para todos. As idades correspondentes a cada uma delas podem mudar, dependendo da criança, ou do meio que ela vive.

1-FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A literatura infantil, por iniciar o homem no mundo literário, deve ser utilizada como instrumento para a sensibilização da consciência, para a expansão da capacidade e interesse de analisar o mundo. Sendo fundamental mostrar que a literatura deve ser encarada, sempre de modo global e complexo em sua ambigüidade e pluralidade.

Para Rubem Alves (2004)

"A leitura e a escrita começa quando a criança fica fascinada com as coisas maravilhosas que moram dentro do livro. Pois não são as letras, as silabas e as palavras que fascinam. É a história. A aprendizagem da leitura começa antes da aprendizagem das letras: quando alguém lê e a criança escuta com prazer. Acho que as escolas só terão realizado a sua missão se forem capazes de desenvolver nos alunos o prazer da leitura. O prazer da leitura é o pressuposto de tudo o mais. Quem gosta de ler tem nas mãos as chaves do mundo".

Entretanto, o autor destaca que a leitura vem a ser uma forma de onde poderemos aprender a compreender as coisas que nos rodeiam. Sendo que com a leitura podemos ir longe.

2-AS DIFICULDADES DOS ALUNOS EM APRENDER

As principais dificuldades dos alunos esta voltada para a escrita e a oralidade, ou seja, a obstinação com que os educadores se fixam na escrita, para resolver as questões relativas à alfabetização. É um erro estratégico para o processo, que pode ter efeito contrário sobre os alunos, principalmente entre aqueles que provêm de ambientes pouco afeitos à leitura. Quem defende a tese é Claudemir Belintane, professor de Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa da Faculdade de Educação da USP.

O instrumental oral tem muita relação com os livros. Tem a contação de história em voz alta. A professora pode contar uma história de diversas maneiras. Pode começar contando as partes mais interessantes, voltar a ler, parar de ler, voltar a contar. Pode dividir a história em partes para que os alunos as percebam. Cada um narra um pedaço. No caso dos três porquinhos, por exemplo, cada um pode narrar a chegada do lobo a uma casa. É importante ter essa idéia de coerência e progressão do texto. Boa parte das crianças que chega à escola com 5 ou 6 anos faz uma narrativa simples e salta direto para seu motivo principal: o lobo já vai assoprar a terceira casa sem ter passado pelas outras. O repertório é muito pequeno, inclusive dos professores. Parece restrito aos textos mais conhecidos e que os alunos aprendem não pela oralidade, mas pelo cinema, pelos DVDs, como "A Branca de Neve", "A Cinderela". É o mundo Disney.

Trabalhar com a literatura infantil na escola é abrir as cortinas do mundo para uma platéia de seres que buscam a construção do ser como sujeitos de uma sociedade. Cabe ao professor deixá-los sedentos de descobertas. Através da leitura como ação haverá a reflexão, e por fim a aprendizagem. A literatura infantil fará com que essa aprendizagem sirva para a constituição de sujeitos que simplesmente não pertençam a uma sociedade, porém, a questiona e a transforma.

Antunes Irandé (2002) tem "como ponto de sustentação mais ampla, o princípio de que é o aluno o sujeito da aprendizagem que acontece, ou seja, é ele quem realiza, na interação com o objeto da aprendizagem, a atividade estruturadora da qual resulta o conhecimento".

Através do aluno se realiza a aprendizagem, ou seja, o aluno e o ponto de partida, o professor tem como objetivo incentivar o aluno para que esse possa ampliar o seu conhecimento para progredir no processo educacional. Sendo voltada para a leitura, com o intuito de provocar o interesse nos mesmos, para que eles possam buscar em livros novas descobertas.

2.1-A ESCRITA E A ORALIDADE DA CRIANÇA

A compreensão da escrita como um sistema de representação da fala pressupõe uma dupla consciência, conforme COLELLO (1995).
Em um primeiro momento, o indivíduo deve perceber a estreita relação entre a oralidade e a escrita. Embora esta seja uma idéia bastante óbvia para o adulto alfabetizado, ela não é um consenso entre as crianças pequenas, que costumam buscar na palavra escrita algum indício do objeto. O entendimento de que o simbolismo das letras independe do objeto resulta na descoberta de que a escrita é o "desenho" das palavras, isto é, da sua estrutura sonora.

Entretanto os PCNS colocam que cabe à escola ensinar o aluno a utilizar a linguagem oral no planejamento e realização de apresentações públicas: realização de entrevistas, debates, seminários, apresentações teatrais. Trata-se de propor situações didáticas nas quais essas atividades façam sentido de fato, pois é descabido treinar um nível mais formal da fala, tomando como mais apropriado para todas as situações. A aprendizagem de procedimentos apropriados de fala e de escuta, em contextos públicos, dificilmente ocorrerá se a escola não tomar para si a tarefa de promovê-la.

Ainda que vinculada à oralidade, a escrita tem a sua própria história, cujo seu desenvolvimento é dado, pela percepção de que fala e escrita são sistemas relativamente autônomos, com características próprias, servindo a diferentes propósitos. A escola necessita de elementos que façam cumprir este ideal. Sendo assim, pode contar a principal função da literatura infantil, refletindo sobre a realidade, desmontando-a e remontando-a na busca de formação de opiniões críticas que questionem a situação real em que se vive.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A literatura infantil permeia todo o processo de construção da leitura, portanto, sua importância dentro da escola é indiscutível. Contudo, vale lembrar que o trabalho não se limita a ler histórias, é preciso preocupar-se com a qualidade da leitura, adequada à faixa etária e, sobre tudo, estimular os alunos para o momento da leitura em sala. Sabemos que existem produções de qualidade para crianças, dando muitas possibilidades de desenvolver um bom trabalho. Nesse contexto, percebe-se quanto os alunos podem aprender vivenciando as histórias infantis ou refletindo sobre elas.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Língua portuguesa: 3º e 4º Ciclos do Ensino Fundamental. MEC/SEF, 1998.

ANTUNES IRANDÉ. Aula de Português. 2ªed. Contexto 2002.

RUBEM ALVES. Gaiolas ou Asas- A arte do vôo ou a busca da alegria de aprender. Porto, edições Asa, 2004.

/educacao-artigos/a-oralidade-e-a-escrita-na-sala-de-aula-na-literatura-infantil-2408294.html

Perfil do Autor

Ensino de Línguas para crianças

Ensino de Línguas para crianças

Autor: Izabel Eliza Moura da Silva

A IDADE CRÍTICA

Parece não haver dúvida de que existe uma idade crítica (como propõe Lennenberg), a partir da qual o aprendizado começa a ficar mais difícil e o teto começa a baixar. Este período parece situar-se entre os 12 e os 14 anos, podendo, entretanto variar muito conforme a pessoa e, principalmente, conforme as características do ambiente lingüístico em que o aprendizado ocorre. As limitações que começam a se manifestar a partir da puberdade são fundamentalmente de pronúncia, como mostra o gráfico ao lado.

O estudo dos diferentes fatores que afetam o desenvolvimento cognitivo do ser humano pode ajudar a explicar o fenômeno da idade crítica. Os principais fatores são:

  • Fatores biológicos
  • Fatores cognitivos
  • Fatores de ordem afetiva
  • O ambiente e o input lingüístico

No cérebro de uma criança os dois hemisférios estão mais interligados do que no cérebro de um adulto, correspondendo esta interligação ao período de aprendizado máximo. A assimilação da língua ocorreria via hemisfério direito para ser sedimentada no hemisfério esquerdo como habilidade permanente. Portanto, o desempenho superior das crianças estaria relacionado à maior interação entre os dois hemisférios cerebrais.

O adulto monolíngüe, por já possuir uma matriz fonológica sedimentada, se caracteriza por uma sensibilidade auditiva amortecida, treinada a perceber e produzir apenas os fonemas do sistema de sua língua materna. A criança, por sua vez, ainda no início de seu desenvolvimento cognitivo, com filtros menos desenvolvidos e hábitos menos enraizados, mantém a habilidade de expandir sua matriz fonológica, podendo adquirir um sistema enriquecido por fonemas de línguas estrangeiras com as quais vier a ter contato.

AS DUAS HIPÓTESES MAIS IMPORTANTES DA TEORIA DE KRASHEN, E SUA INTERRELAÇÃO

A hipótese acquisition-learning e a hipótese monitor representam a essência da teoria de Krashen.

De acordo com sua teoria, acquisition é responsável pelo entendimento e pela capacidade de comunicação criativa: habilidades desenvolvidas subconscientemente. Isto ocorre através da familiarização com a característica fonética da língua, sua estruturação de frases, seu vocabulário, tudo decorrente de situações reais, bem como pela descoberta e assimilação de diferenças culturais e pela aceitação e adaptação à nova cultura.

Learning depende de esforço intelectual e procura produzir conhecimento consciente a respeito da estrutura da língua e de suas irregularidades, e preconiza a memorização de vocabulário fora de situações reais. Este conhecimento atua na função de monitoramento da fala. Entretanto, o efeito deste monitoramento sobre a performance da pessoa, depende muito do perfil psicológico de cada um.

A expressão "aprendizado de línguas" abrange dois conceitos claramente distintos, porém raramente compreendidos. Um deles é o de receber informações a respeito da língua, transformá-las em conhecimento através de esforço intelectual e acumular este conhecimento pelo exercício da memória. O outro refere-se ao desenvolvimento da habilidade funcional de interagir com estrangeiros, entendendo e falando sua língua. O primeiro conceito é denominado em inglês de language learning, enquanto que para o segundo, usa-se o termo language acquisition, sendo que um não é decorrência natural do outro.

LANGUAGE ACQUISITION (ASSIMILAÇÃO)

Language acquisition refere-se ao processo de assimilação natural, intuitivo, subconsciente, fruto de interação em situações reais de convívio humano, em que o aprendiz participa como sujeito ativo. É semelhante ao processo de assimilação da língua materna pelas crianças; processo este que produz habilidade prático-funcional sobre a língua falada e não conhecimento teórico; desenvolve familiaridade com a característica fonética da língua, sua estruturação e seu vocabulário; é responsável pelo entendimento oral, pela capacidade de comunicação criativa, e pela identificação de valores culturais. Ensino e aprendizado são vistos como atividades que ocorrem num plano pessoal-psicológico. Uma abordagem inspirada em acquisition valoriza o ato comunicativo e desenvolve a autoconfiança do aprendiz.

LANGUAGE LEARNING (ESTUDO FORMAL)

O conceito de language learning está ligado à abordagem tradicional ao ensino de línguas, assim como é ainda hoje geralmente praticada nas escolas de ensino médio. A atenção volta-se à língua na sua forma escrita e o objetivo é o entendimento pelo aluno da estrutura e das regras do idioma através de esforço intelectual e de sua capacidade dedutivo-lógica. A forma tem importância igual ou maior do que a comunicação. Ensino e aprendizado são vistos como atividades num plano técnico-didático delimitado por conteúdo. Ensina-se a teoria na ausência da prática. Valoriza-se o correto e reprime-se o incorreto. Há pouco lugar para espontaneidade. O professor assume o papel de autoridade no assunto e a participação do aluno é predominantemente passiva. No caso do inglês ensina-se por exemplo o funcionamento dos modos interrogativo e negativo, verbos irregulares, modais, etc. O aluno aprende a construir frases no perfect tense, mas dificilmente saberá quando usá-lo.

É um processo progressivo e cumulativo, normalmente atrelado a um plano didático predeterminado, que inclui memorização de vocabulário e tem por objetivo proporcionar conhecimento metalinguístico. Ou seja, transmite ao aluno conhecimento a respeito da língua estrangeira, de seu funcionamento e de sua estrutura gramatical com suas irregularidades, de seus contrastes em relação à língua materna, conhecimento este que espera-se venha a se transformar na habilidade prática de entender e falar essa língua. Este esforço de acumular conhecimento torna-se frustrante na razão direta da falta de familiaridade com a língua.

Compreender o funcionamento do idioma como um sistema e conhecer suas irregularidades, depende de familiaridade com o mesmo. Tanto regras como exceções só farão sentido e encontrarão ressonância quando já tivermos desenvolvido um certo controle intuitivo sobre o idioma na sua forma oral; só quando já o tivermos assimilado.

A maioria dos estudos existentes, bem como as experiências de quem observa e acompanha o aprendizado de línguas estrangeiras, evidenciam que quanto menor a idade, mais fácil, mais rápido e mais completo será o aprendizado. Assim como a idade é um fator determinante no aprendizado de uma forma geral, ela também é um fator determinante no grau de eficácia de acquisition e learning. Desconsiderando fatores pessoais como personalidade, motivação, acuidade auditiva, e tomando como amostra o aprendiz normal, poderíamos afirmar que quanto menor a idade, maior a eficácia de acquisition. Learning, por sua vez, parece se mostrar apenas parcialmente eficaz na faixa etária de maturidade intelectual, como procuramos demonstrar no gráfico abaixo.

Krashen finalmente conclui que language acquisition é mais eficaz do que language learning para se alcançar habilidade funcional na língua estrangeira, não apenas na infância. Conclui-se também que o ensino de línguas eficiente não é aquele atrelado a um pacote didático predeterminado nem aquele que utiliza recursos tecnológicos, mas sim aquele que é personalizado, em ambiente bicultural, e que explora as habilidades pessoais do facilitador em construir relacionamentos, criando situações de comunicação real voltadas às áreas de interesse do aluno.

Krashen, Stephen D. Principles and Practice in Second Language Acquisition. Prentice-Hall International, 1987.

Krashen, Stephen D. Second Language Acquisition and Second Language Learning. Prentice-Hall International, 1988.

A IDADE CRÍTICA

Parece não haver dúvida de que existe uma idade crítica (como propõe Lennenberg), a partir da qual o aprendizado começa a ficar mais difícil e o teto começa a baixar. Este período parece situar-se entre os 12 e os 14 anos, podendo, entretanto variar muito conforme a pessoa e, principalmente, conforme as características do ambiente lingüístico em que o aprendizado ocorre. As limitações que começam a se manifestar a partir da puberdade são fundamentalmente de pronúncia, como mostra o gráfico ao lado.

O estudo dos diferentes fatores que afetam o desenvolvimento cognitivo do ser humano pode ajudar a explicar o fenômeno da idade crítica. Os principais fatores são:

  • Fatores biológicos
  • Fatores cognitivos
  • Fatores de ordem afetiva
  • O ambiente e o input lingüístico

No cérebro de uma criança os dois hemisférios estão mais interligados do que no cérebro de um adulto, correspondendo esta interligação ao período de aprendizado máximo. A assimilação da língua ocorreria via hemisfério direito para ser sedimentada no hemisfério esquerdo como habilidade permanente. Portanto, o desempenho superior das crianças estaria relacionado à maior interação entre os dois hemisférios cerebrais.

O adulto monolíngüe, por já possuir uma matriz fonológica sedimentada, se caracteriza por uma sensibilidade auditiva amortecida, treinada a perceber e produzir apenas os fonemas do sistema de sua língua materna. A criança, por sua vez, ainda no início de seu desenvolvimento cognitivo, com filtros menos desenvolvidos e hábitos menos enraizados, mantém a habilidade de expandir sua matriz fonológica, podendo adquirir um sistema enriquecido por fonemas de línguas estrangeiras com as quais vier a ter contato.

AS DUAS HIPÓTESES MAIS IMPORTANTES DA TEORIA DE KRASHEN, E SUA INTERRELAÇÃO

A hipótese acquisition-learning e a hipótese monitor representam a essência da teoria de Krashen.

De acordo com sua teoria, acquisition é responsável pelo entendimento e pela capacidade de comunicação criativa: habilidades desenvolvidas subconscientemente. Isto ocorre através da familiarização com a característica fonética da língua, sua estruturação de frases, seu vocabulário, tudo decorrente de situações reais, bem como pela descoberta e assimilação de diferenças culturais e pela aceitação e adaptação à nova cultura.

Learning depende de esforço intelectual e procura produzir conhecimento consciente a respeito da estrutura da língua e de suas irregularidades, e preconiza a memorização de vocabulário fora de situações reais. Este conhecimento atua na função de monitoramento da fala. Entretanto, o efeito deste monitoramento sobre a performance da pessoa, depende muito do perfil psicológico de cada um.

A expressão "aprendizado de línguas" abrange dois conceitos claramente distintos, porém raramente compreendidos. Um deles é o de receber informações a respeito da língua, transformá-las em conhecimento através de esforço intelectual e acumular este conhecimento pelo exercício da memória. O outro refere-se ao desenvolvimento da habilidade funcional de interagir com estrangeiros, entendendo e falando sua língua. O primeiro conceito é denominado em inglês de language learning, enquanto que para o segundo, usa-se o termo language acquisition, sendo que um não é decorrência natural do outro.

LANGUAGE ACQUISITION (ASSIMILAÇÃO)

Language acquisition refere-se ao processo de assimilação natural, intuitivo, subconsciente, fruto de interação em situações reais de convívio humano, em que o aprendiz participa como sujeito ativo. É semelhante ao processo de assimilação da língua materna pelas crianças; processo este que produz habilidade prático-funcional sobre a língua falada e não conhecimento teórico; desenvolve familiaridade com a característica fonética da língua, sua estruturação e seu vocabulário; é responsável pelo entendimento oral, pela capacidade de comunicação criativa, e pela identificação de valores culturais. Ensino e aprendizado são vistos como atividades que ocorrem num plano pessoal-psicológico. Uma abordagem inspirada em acquisition valoriza o ato comunicativo e desenvolve a autoconfiança do aprendiz.

LANGUAGE LEARNING (ESTUDO FORMAL)

O conceito de language learning está ligado à abordagem tradicional ao ensino de línguas, assim como é ainda hoje geralmente praticada nas escolas de ensino médio. A atenção volta-se à língua na sua forma escrita e o objetivo é o entendimento pelo aluno da estrutura e das regras do idioma através de esforço intelectual e de sua capacidade dedutivo-lógica. A forma tem importância igual ou maior do que a comunicação. Ensino e aprendizado são vistos como atividades num plano técnico-didático delimitado por conteúdo. Ensina-se a teoria na ausência da prática. Valoriza-se o correto e reprime-se o incorreto. Há pouco lugar para espontaneidade. O professor assume o papel de autoridade no assunto e a participação do aluno é predominantemente passiva. No caso do inglês ensina-se por exemplo o funcionamento dos modos interrogativo e negativo, verbos irregulares, modais, etc. O aluno aprende a construir frases no perfect tense, mas dificilmente saberá quando usá-lo.

É um processo progressivo e cumulativo, normalmente atrelado a um plano didático predeterminado, que inclui memorização de vocabulário e tem por objetivo proporcionar conhecimento metalinguístico. Ou seja, transmite ao aluno conhecimento a respeito da língua estrangeira, de seu funcionamento e de sua estrutura gramatical com suas irregularidades, de seus contrastes em relação à língua materna, conhecimento este que espera-se venha a se transformar na habilidade prática de entender e falar essa língua. Este esforço de acumular conhecimento torna-se frustrante na razão direta da falta de familiaridade com a língua.

Compreender o funcionamento do idioma como um sistema e conhecer suas irregularidades, depende de familiaridade com o mesmo. Tanto regras como exceções só farão sentido e encontrarão ressonância quando já tivermos desenvolvido um certo controle intuitivo sobre o idioma na sua forma oral; só quando já o tivermos assimilado.

A maioria dos estudos existentes, bem como as experiências de quem observa e acompanha o aprendizado de línguas estrangeiras, evidenciam que quanto menor a idade, mais fácil, mais rápido e mais completo será o aprendizado. Assim como a idade é um fator determinante no aprendizado de uma forma geral, ela também é um fator determinante no grau de eficácia de acquisition e learning. Desconsiderando fatores pessoais como personalidade, motivação, acuidade auditiva, e tomando como amostra o aprendiz normal, poderíamos afirmar que quanto menor a idade, maior a eficácia de acquisition. Learning, por sua vez, parece se mostrar apenas parcialmente eficaz na faixa etária de maturidade intelectual, como procuramos demonstrar no gráfico abaixo.

Krashen finalmente conclui que language acquisition é mais eficaz do que language learning para se alcançar habilidade funcional na língua estrangeira, não apenas na infância. Conclui-se também que o ensino de línguas eficiente não é aquele atrelado a um pacote didático predeterminado nem aquele que utiliza recursos tecnológicos, mas sim aquele que é personalizado, em ambiente bicultural, e que explora as habilidades pessoais do facilitador em construir relacionamentos, criando situações de comunicação real voltadas às áreas de interesse do aluno.

Krashen, Stephen D. Principles and Practice in Second Language Acquisition. Prentice-Hall International, 1987.

Krashen, Stephen D. Second Language Acquisition and Second Language Learning. Prentice-Hall International, 1988.

/linguas-artigos/ensino-de-linguas-para-criancas-5194072.html

Perfil do Autor

Professora de Inglês, Português e respectivas literaturas. Atuante no magistério há 22 anos.

Atuante am todas os níveis de educação básica e fundamental.

Consultora de idiomas para empresas.

O Poder da Linguagem

EJA- educação de jovens e adultos

EJA- educação de jovens e adultos

Autor: Jandira Antonia da Conceição

1- INTRODUÇÂO

A modalidade de ensino Educação de Jovens e Adultos hoje é entendida como uma oportunidade para as pessoas que não conseguiram formação escolarizada na idade prevista. Pois, muitas dessas pessoas não lograram seus estudos no período correto por precisarem trabalhar para ajudar na renda familiar. Com isso, infelizmente acabaram contribuindo para o aumento de analfabetos no Brasil.

A realidade vivenciada na EJA se repete em todos os países onde o índice de desenvolvimento humano está abaixo da linha desejada, ou seja, considerada normal pela Organização das Nações Unidas – ONU. Dessa maneira tal modalidade de ensino deve ser evidenciada de forma que atenda as reais necessidades das pessoas acima de quinze anos de idade para além da terceira idade. Assim, compreendemos que não é qualquer ensino, em qualquer lugar com qualquer profissional, qualquer recurso didático, metodologia de ensino e instrumentos de avaliação que poderá ser usada para essa clientela. No entanto, verificamos que ainda existe descompromisso e desrespeitos para com essas pessoas que buscam na educação uma oportunidade de realização pessoal, profissional e social.

Para tanto, estaremos desenvolvendo um estudo sobre a EJA- educação de jovens e adultos dentro da realidade picoense, abordando de maneira mais especifica a oferta dessa modalidade nas Instituições e Órgãos responsáveis pela EJA em Picos .

Portanto, pesquisar tal modalidade de ensino nos permite refletir sobre de que maneira a Educação de Jovens e Adultos enquanto Política Pública esta sendo implantada no município de Picos e quais os resultados obtidos no que diz respeito à qualidade do ensino e inserção de pessoas de jovens, adultas no cenário social por meio da educação.

2- REFERENCIAL TEORICO

Um processo educacional voltado para o desenvolvimento deve privilegiar as diferentes realidades apresentadas no contexto social, cultural, político, econômico e educacional. Com isso, significa dizer que os governantes devem estar atentos as diferenças diagnosticadas nos grupos sociais. A população brasileira possuiu uma realidade muito diferenciada devido à diversidade existente em seu contingente territorial logo populacional. Isso faz com que exista a necessidade de se articular políticas que contemplem especificidades regionais e não adotar procedimentos que venham a homogeneizar as diferenças culturais, necessidades econômicas, educacionais entre outras.

Neste sentido, a educação tem desempenhado um papel fundamental nos países onde o desenvolvimento ainda não atingiu um nível mais elevado de desenvolvimento no que tange a processos de industrialização, gerenciamento dos recursos naturais e humanos. Pois, ainda predominam formas arcaicas crescimento econômico e relações sociais; a escola tem servido para o preparo do alunado para a realização de procedimentos competitivos do que para a construção da cidadania.

O aumento desenfreado da população urbana impulsionado pelo processo de industrialização favorece a existência de um número cada vez maior de pessoas que se apresentam como mão de obra barata e desqualificada para o mercado de trabalho. Esta realidade se da devido à ausência de um sistema de ensino planejado e que atinja a todos de acordo com suas necessidades locais. Apesar de inúmeras tentativas de inovar a educação brasileira, as políticas adotadas ate então tem reforçado um sistema educacional ainda com pratica arcaica, seletivo, aristocrático e excludente, torna-se então um obstáculo à formação escolarizada, humana e profissionalizante do homem.

Em educação, esse nível de preparação quando chega a distinguir a defasagem em aquilo que a escola oferece e aquilo de que carece o desenvolvimento, tende a provocar mudanças que procuram tão somente escolher modelos de estrutura educacional mais avançada, da situação que provocou e alimentou a defasagem.

Segundo Romanelli (2007, p.27),

O crescimento da demanda social de educação pode ser tomado como outro indicador de necessidades do desenvolvimento, uma vez que ele revela aspectos sociais do desenvolvimento de novas camadas. Assim como a educação de uma consciência social do valor da educação.

Na relação educação e desenvolvimento parece correto fazer a análise partindo da questão de saber que papel desempenha nessa analogia às questões econômicas, a demanda social da educação e o resultado desses dois fatores que se traduz pela necessidade de oferta do ensino de qualidade. Neste embricamento, temos a oportunidade de refletir sobre o contexto da modalidade de ensino Educação de Jovens e Adultos. Em que pese às relações e condições de aprendizado destes alunos desde o processo de alfabetização e sua formação continuada enquanto pessoa e profissional em constante processo de transformação.

Tradicionalmente, a alfabetização inicial e considerada em função da relação entre os métodos utilizados e o estado de maturidade ou de prontidão da criança. Ressaltamos porem que o adulto diferente da criança já passou por tal fase e que ele por experiências adquiridas no decorrer de sua vida precisa aprender de acordo com seu grau de desenvolvimento cognitivo e intelectual, ou seja, necessitara' de metodologia de ensino, instrumentos de avaliação, recursos didáticos recomendados a sua faixa etária e, não de materiais usados pelas crianças.

Emilia Ferreira afirma que (2001, p.13),

As escritas de tipo alfabético (tanto quanto as escritas silábicas) poderiam ser caracterizadas como sistema de representação cujo intuito original e primordial e representar as diferenças entre as significantes. No entanto também se pode afirmar que nenhum sistema de escrita conseguiu representar a natureza básica do ensino lingüístico.

Com isso, fica claro que por mais que crianças e adultos passem um processos de aquisição da linguagem de maneira semelhante, estes atores devem ter sua capacidade lingüística desenvolvida de forma diferenciada, porque crianças estão descobrindo o mundo da leitura e escrita a partir do contexto familiar e escolar; os adultos por não terem tido tal oportunidade estão se apropriando da leitura e escrita a partir de sua realidade social, econômica e cultural, ou seja, parte da interpretação e compreensão de seu mundo exterior como disse Paulo Freire – leitura de mundo.

Somos a décima economia do planeta e lideres mundiais no ranking da desigualdade. Assim, sabemos que a educação não poderia deixar de refletir essas diferenças, onde o ensino superior se encontra em processo de expansão e as escolas do ensino fundamental estão sem luz ou telhado, compondo desta forma o cenário de uma nação em construção.Neste contexto, fica difícil de trabalharmos diferentes níveis de ensino onde não há uma definição clara do que se deseja para cada um em relação ao desenvolvimento intelectual, cognitivo, social, emocional, afetivo, psicomotor entre outros aspectos.

Criança e jovens de níveis sociais menos favorecidos ainda têm de lutar para exercer o direito constitucional de freqüentar uma sala de aula de onde muitos são expulsos por uma conjuntura de dificuldades econômicas e sócias divergentes do que se propõe como aceitável, enquanto padrão. Dessa maneira, a evasão escolar, passa a tornar-se algo concreto e rela na vida do alunado, condenando criança e adultos a compor os índices de pobreza e analfabetos no Brasil.

Apesar do esforço do governo em colocar toda criança, adolescente e adulto na escola, a exclusão continua. Surge a questão do que veio primeiro, a omissão do Estado em elaborar políticas educacionais adequadas a população jovem e adulta já que o próprio governo reconhece sua responsabilidade no que diz respeito a dar oportunidade aqueles que deixaram de lograr seus estudos na idade e período correto em prol do desenvolvimento do pais gerando assim a exclusão social (PARECER 11-2000). Ou a pobreza impede o acesso e permanência dessas crianças e jovens no cotidiano escolar. Ou ainda poderemos dizer que a família tem descumprido com sua responsabilidade de matricular e fazer zelar pela formação escolarizada de sua prole.

Na tentativa de resolver parte das desigualdades sociais que há em nosso pais, a Educação de Jovens e Adultos busca incluir no processo formal de escolarização pessoas de 15 (quinze) anos no contexto acadêmico no período regular. Atendendo a essa parcela significativa da população brasileira, excluída desse processo, do mercado de trabalho, da vida social e das tomadas de decisões.

A EJA – Educação de Jovens e Adultos configura-se como uma política pública adotada pelo Governo brasileiro no intuito de diminuir e ate mesmo erradicar o analfabetismo no Brasil (CF, Art. 214, I). Esta política educacional também foi aceita e implantada por outras esferas governamentais como os Estados e Municípios nas diferentes Unidades Federativas. O estado do Piaui também se tornou parceiro nesta proposta de ensino voltada para a Modalidade EJA; os municípios, por compreenderem que essas ações podem de fato melhor o nível de escolarização da população, como também sua participação enquanto cidadãos passaram a implantar por meio da Secretaria de Educação esta modalidade de ensino, dando sua contrapartida com profissionais da educação, escolas e recursos didáticos. Aqui salientamos a participação do município de Picos, localizado na região do Semi–Árido piauiense, no que diz respeito à inclusão dessa modalidade de ensino no período regular.

De acordo com o Plano Nacional de Educação (2000, p. 81),

"... não basta ensinar a ler e escrever. Para inserir a população no exercício plena da cidadania, melhorar sua qualidade de vida e de fruição no tempo livre, e ampliar suas oportunidades no mercado de trabalho, a educação de jovens e adultos deve compreender no mínimo, a oferta de uma equivalência ‘as oito series do ensino fundamental".

Conforme a atual regulamentação do ensino brasileiro passa-se de oito para nove anos o período de oferta da educação no Ensino Fundamental. Com isso, abre-se a oportunidade de uma formação escolarizada e profissionalizante com mais qualidade para os discentes jovens e adultos. Aumentando sua capacidade intelectual, afetiva, emocional e social no sentido de prepará-los para vida e também o mercado de trabalho.

Para tanto, os procedimentos de ensino devem superar desafios metodológicos, conteudistas, de formação docente, recursos didáticos, de instrumentos de avaliação. Dessa forma, o dever do educador de EJA perpassa ao processo de alfabetização, ou seja, formação inicial da escolarização; esta relacionada com o processo de letramento, segundo Soares (2006), alfabetização hoje e' considerado aquela pessoa que sabe ler, pôr letrado se entende aquela pessoa que alem da leitura e escrita possuiu domínio das novas tecnologias, tem compreensão de sua realidade e e' capaz de atuar sobre a mesma. Percebemos que a EJA no atual contexto deve contemplar o desenvolvimento pleno do homem, em todas suas potencialidades e habilidades, para isso, a escola precisa ofertar atividades que desenvolvam nos alunos conhecimentos conceituais, procedimentais e atitudinais conforme Zabala (2005). E, as instituições formadoras de docentes necessitam analisar seus currículos diante das exigências educacionais e sociais.

A educação de jovens e adultos no atual cenário social visa o desenvolvimento do homem em sua plenitude, ou seja, tornar o aluno um sujeito capaz de interagir, atuar em prol de transformação, desenvolvendo seu aspecto cognitivo, intelectual, social, afetivo, emocional, político e, sobretudo educacional. Nesse sentido a modalidade Educação de Jovens e Adultos precisa completar a existência e aplicabilidade de políticas públicas que manifestem preocupações com a formação digna de homens e mulheres; de diferentes classes sociais e etnias.

Para tanto, abordar a presente temática nos possibilita desenvolver uma pesquisa de caráter exploratório, onde propõe-se conhecer e elucidar os órgãos que trabalham com a EJA em Picos. Para isso serão feitas visitas nas seguintes Intituições: Secretária de Educação de Picos, 9ª GRE, CEFET, UESPI e UFPI para detectar o processo de ensino da a EJA nas referidas instituições e se há algum projeto para trabalhar a educação de jovens e adultos numa construção do senso crítico e politização do homem.

De acordo com o exposto acima estaremos investigando as instituições que trabalham com a EJA . Assim, a realização do presente estudo justifica-se mediante a necessidade de estarmos colaborando com o processo de ensino da educação de jovens e adultos, pois não podemos conceber um processo educacional inadequado a sua clientela diante da evolução tecnológica, era da informação, globalização e da diversidade cultural no interior da sociedade contemporânea.

A presente pesquisa será desenvolvida na cidade de Picos – PI, nas Instituições e Órgãos responsáveis pela EJA como maneira de contribuir para o aprimoramento e melhorar a qualidade de ensino dessa modalidade.

1- RESULTADO DA PESQUISA

LOCAL

COMO FUNCIONA

MODALIDADES

CURSOS E OBJETIVOS

QUANTIDADE DE PESSOAS ATENDIDA E PUBLICO ALVO

IMPORTANCIA DA EJA

9ª GRE

Na modalidade presencial e semi-presencial

Ensino Fundamental: 1ª a 4ª etapa(presencial) e Ensino Médio; semi presencial

Ensino Fundamental Médio e Profissionalizante.

Seu objetivo é corrigir o déficit , onde esses alunos não tiveram oportunidades de estudar no tempo regular

No total aproximadamente são atendidas 2.325 alunos.

Os alunos beneficiados são aqueles com mais de 18 anos, as donas de casa que trabalham durante o dia e também pessoas de classe média baixa.

È importante por que dar oportunidades para as pessoas que querem estudar e se qualificar.

È importante ressaltar que os alunos dispõe-se de recursos didáticos para se aperfeiçoar, como por exemplo: Laboratório de informática, de ciências, biblioteca, sala de leitura etc...

SECRETÁRIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÂO

Na modalidade Presencial

1ª, 2ª, 3ª e 4ª etapa

Ensino Fundamental, Médio e profissionalizante.

Seus objetivos é

Alfabetizar Jovens e adultos,acelerar seus estudantes, ampliando os conhecimentos. Proporcionar a oportunidade de jovens e adultos ingressarem ou continuarem seus estudos independentes da idade

São atendidas aproximadamente 533 alunos Funciona em 13 escolas municipais

As pessoas beneficiadas são alunos acima de 15 anos.

É importante porque é uma modalidade de ensino que visa equiparar a idade/série em que o aluno se encontra, reparar os prejuízos que esses alunos adquiriram ao longo de sua vida.

Esses alunos também dispões de recursos didáticos para melhor aperfeiçoar seus conhecimentos.

CEFET

Educação profissional com a educação básica na modalidade de EJA

Proeja e Proeja Fic

O Proeja Informática, na forma de ensino médio integrado ao curso técnico nível médio; Proeja administração, com duração de 3 anos; Proeja manutenção ensino médio integrado a formação inicial e continuada de trabalhadores com duração de 2 anos e por fim o proeja Fic, programa de parceria entre IFPI, Prefeitura e Secretaria de Educação de Picos.

O objetivo desses cursos é preparar e qualificar os alunos para o mercado de trabalho e também para sua formação cidadã

São atendidas em média 170 alunos. Seu público alvo são estudantes provenientes da EJA ou que já concluíram o 1º segmento do ensino fundamental com idade igual ou superior a 15 anos.

È importante porque dar oportunidades para os alunos se preparar e qualificarem para o mercado de trabalho e também para sua formação profissional.

Quanto aos recursos didáticos são utilizados no cotidiano escolar de acordo com as necessidades dos alunos. Temos: Livros, apostilas laboratórios para o desenvolvimento das práticas etc...

9ª GRE

Brasil Alfabetizado

6- CONCLUSÂO

A EJA é um campo de prática e reflexões que inevitavelmente transborda os limites da escolarização em sentido restrito. Primeiramente, porque abarca processos formativos diversos, onde podem ser incluídas iniciativas visando a qualificação profissional, o desenvolvimento comunitário, a formação política e uma grande quantidade de questões culturais próprias dos educados pautadas em outros espaços que não o escolar e que de forma alguma podem ser desmerecidas enquanto experiência a serem ampliadas.

O ensino da EJA no Município de Picos está ainda entrando em um estágio de transição, ou seja, saindo de uma etapa em que a modalidade conta apenas com a utilização da cartilha( que não é escolhida pelos professores da EJA, mas sim o que excede no ensino regular) e do esforço individual dos profissionais da área, partindo para uma etapa de estudo e reflexão para futuras mudanças.

Graças a essa nova visão que temos sobre o ensino da EJA, hoje já encontramos recursos didáticos bem mais avançados para melhorar o ensino desses jovens, isso é uma conquista não só para os discentes como também para os docentes, uma vez que a educação é o instrumento que vai permitir ás pessoas buscarem uma melhoria de vida, capacitando-se para competir no mercado de trabalho bem como reconhecer seus direitos.

Com base em nosso estudo sobre Educação de Jovens e Adultos, podemos concluir que toda a teoria que perpassa décadas e décadas, ainda continua em grande maioria em plano utópico, apesar dos órgãos responsáveis dessa modalidade terem este conhecimento e discurso embasados teoricamente.

Sabemos que estudar não resolve os problemas sociais, nem acaba com as injustiças sociais, mas é o meio pelo qual a pessoa pode reescrever sua própria história.

REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

ALFABETIZAÇÃO SOLIDARIA. Revista da Alfabetização Solidária. v. 6, n. 6, 2006. São Paulo: Uni marco, 2006.

BRASIL. Câmara dos Deputados. Plano Nacional de Educação. Deputado Federal Nelson Marchezan – Relator do PNE. Centro de Documentos e Informação. Coordenação de Publicações. Brasília, 2000.

FERREIRA, Emilia. Reflexão sobre alfabetização. 24ª ed. São Paulo.

MOURA, T. M. M. (org.) A formação de professores para EJA: dilemas atuais. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.

ROMANELLI, Otaiza de Oliveira. História da Educação no Brasil. 32 ed. Petropolis, RJ: Vozes, 2007.

SOARES, Madga. Letramento: um tema em três gêneros. 2 ed. 11 reimpr. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

TFOUNI, Leda Verdiani. Adultos não alfabetizados em uma sociedade letrada. ed. ver. São Paulo: Cortez, 2006.

TOLEDO, Cilé Terezinha. EJA: Educação de Jovens e Adultos: Piauí, segundo segmento língua portuguesa, matemática, historia, geografia, ciências, artes, inglês, literatura do Piauí, historia do Piauí, geografia do Piauí, artes do Piauí: org. [et all] – Curitiba. Base Didáticos, 2007. 456 p. Il;28 cm. 21ª educação.


/ensino-superior-artigos/eja-educacao-de-jovens-e-adultos-5066171.html

Perfil do Autor

Jandira Antônia da Conceição

Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia e Pós-Graduada em Docência e Metodologia do Ensino Superior e da Pesquisa, Pelo Instituto de Educação Superior Raimundo Sá-IERSA, Picos-PI

terça-feira, 13 de setembro de 2011

RESPEITO AO PROXIMO

 
Um dos pontos mais debatidos nos relacionamentos humanos é o “Respeito ao Próximo”.
É algo que realmente há que ser observado, mas não o é, pois frequentemente estamos dando palpites sobre como alguém deve conduzir sua vida. Ou mesmo estamos julgando pessoas por não agir conforme nossa maneira de pensar. E não é nada disso. Da mesma maneira como não gostamos de interferência em nossa vida, assim devemos agir para com os outros. Respeitando-os seja qual for sua opção de vida. Evitando-os se seu modus vivendi não nos for conveniente, pois assim como respeitamos, queremos ser respeitados.
Se nossa opinião for solicitada, aí sim poderemos dizer o que nos agrada ou nos desagrada em sua linha de conduta. De qualquer maneira, uma opinião, será uma opinião. Será seguida apenas se quem nos consultou achá-la conveniente.
Existem, contudo, situações onde poderá caber um alerta. Por exemplo, ao vermos que uma pessoa de nossas relações, ou de quem gostamos está enveredando por algum caminho mal direcionado, como por exemplo, uso de drogas, ou mesmo por fumar ou beber, poderemos alertá-la sobre os efeitos que tal vício poderá lhe acarretar. Sem que isso implique na obrigatoriedade de nos atender. Sua opinião, contudo, é que deverá prevalecer.
Se notarmos que está havendo um desvio de conduta, e o caminho é fora da lei, cumpre-nos alertar, e manter distância se houver insistência em seguir esse rumo. Nunca poderemos obrigar ninguém a seguir pelo caminho que acreditamos ser o correto. É questão de livre arbítrio. E todos devem ter consciência daquilo que fazem, e arcar com suas responsabilidades.
No que tange a questões estritamente pessoais, como religião, profissão, linha política, preferências esportivas ou sexuais, nada se pode opinar, sequer discutir. Em cada cabeça há uma sentença, e decisões nesse sentido são “imexíveis”. Penso que todos devem ser respeitados.
Uma historinha que me foi contada por L’Inconnu, retrata bem o que é essa questão de opinião:
Um homem estava colocando flores no túmulo de um parente, quando vê um chinês deixando um prato de arroz na lápide ao lado. Ele se vira para o chinês e pergunta:
Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o seu defunto virá comer o seu arroz?
E o chinês responde: Sim, quando o seu vier cheirar as suas flores...
Essa historinha retrata muito bem que sempre devemos respeitar a maneira de pensar de todos os povos, de todas as pessoas. O que é um absurdo para nós, para outros é algo sagrado, e vice versa. Sobre isso, aliás, muito há que se falar. Mas o mais importante é observar-se o respeito pelas opiniões e preferências com que cada pessoa norteia sua vida. Não nos cabe o direito de julgar ninguém, porque sempre estaremos sendo julgados. A cada contestação nossa, poderá caber uma contestação de alguém contra nós.
Portanto o único direito é evitar o contato com pessoas cujos costumes nos ofendam, mas nunca poderemos julgá-las se estão certas ou erradas. Por que condenar alguém porque fuma ou bebe? Por que condenar alguém por assumir uma posição homossexual? Por que condenar uma criatura por assumir esta ou aquela posição radical em termos de religião ou de política? Cada qual tem sua opinião sobre como conduzir seu destino.
Poderemos partilhar ou não de sua maneira de vida, mas não condenar...
Assim sendo, um fraterno abraço para todos, e o mais sincero desejo de UM LINDO DIA.


Não esquecendo outro pequeno detalhe... ao apontarmos um dedo para alguém, teremos três de nossos dedos apontando para nós...
Postado amizade at  
Autor Marcial Salaverry